SILÊNCIO

O amor foi-se sem memória,
não restou, sequer,
uma palavra dessa história,
que encantou meus dias,
iluminou-me as horas...
Bem quisera houvesse um fio
ao qual me agarrasse, 
tão grande este vazio,
apenas a loucura, 
enorme amargura,
me segue aonde eu vou, 
é a minha companhia.
Versos frios que eu faço,
mais parecem um desafio,
que arremesso como um grito
aos portais do infinito,
porém fracos, falta sorte,
desconhecem onde é o Norte,
não enxergam o cais seguro,
porque grande é este escuro.

Retorno, digo, eu não tenho
neste meu tão louco empenho,
são como águas passadas:
ninguém me responde, nada.