Mãe de todas as coisas
Quisera a Poesia
fosse mãe
de todas as coisas!
Com bondosas mãos
jamais deixaria
um filho
jogado no banco de uma praça.
Com doces palavras
jamais permitiria
que a tristeza
te pusesse uma mordaça
Com olhos de girassol
jamais conseguiria
deixar-te sozinho
em cruel escuridão
Com infinito toque
jamais pensaria
num filho
entre fogos de canhão
Ah... quisera a Poesia
fosse mãe
de todas as coisas!
Seria o universo
um poema lírico
com versos livres
entoando canções
de paz
entre os homens...
Seria o mundo
um camoniano soneto
com métricas rimas
enaltecendo o amor
de Deus
entre todas as criaturas
Quisera a Poesia
fosse mãe
de todas as coisas!
Seríamos ritmo
luz, cadência
alma humana
em profunda essência!