O Desconhecido

Não conheço-te! Não ainda!

Recordo-me das tuas palavras.

Tudo o que eu observei

foram as frases tecladas.

Sim! Eu estava solitária,

mas, não era por ti.

Porém, contigo falei.

Por que? Não sei explicar.

O desejo me dominou

e indecisa, não soube:

se desistir, ou continuar.

E para onde eu partiria?

Aonde eu chegaria sem ti?

A minha necessidade

era possuí-lo.

Agora não sei com quem

posso falar ou ligar.

Você se foi.

De tal palavra sou diletante.

Talvez nem digno seja,

deste amor.

O espelho hoje me contou:

“Foste repugnada, por alguém

que não é nada alem de ti.

Mas, por ti foi aplaudido

e inutilmente amado.

Por teus impulsos,

quebrantado.

Por que? Lembra-te da dor?

Se nítida, conta as batidas.

do desabrochar da flor.

Se as lágrimas derramadas

por quem partiu, formam-se

Mares e Rios. Tornando-o,

cada vez mais amado.”

E o espelho alertou-me:

“Amaste sim! Tão somente.

As palavras. Simplesmente

as palavras.

Humildemente tornaste,

uma orgulhosa sibila

de um titã da courela.

Enquanto seus olhos

plangentes, velam.

No grotão passaste, talvez,

Á tornar-te deusa de um

dom autorizado.

No turíbulo exala

uma saudade infinda.

Presente do passado.”

Perdoe-me espelho!

Eis me serena agora.

Mesmo amordaçada

por um estranho.

Que mal chegou,

Já foi embora.

Quem será este estranho,

que tão somente perdido,

pousou em minha tela.

Uma lenda? Um sonho?

Ou um Querubim

a minha espera.

.

Branca Tirollo

limaodoce
Enviado por limaodoce em 07/09/2005
Reeditado em 12/10/2008
Código do texto: T48556
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