No divã

De vãs explicações Freudianas

me sinto cheio,

mas tenho me posto no divã...

Do lado oposto da sala

o homem olha através de minha alma

e nada vê...

Enxerga por seus conceitos

sob uma ótica antiquada

e diz-me uma falha psíquica...

Mas não vê nada!

Não vê a musa que perdi,

não vê meu coração vazio!

No divã alugado por hora

meu coração chora em silêncio

enquanto examino a sala

e vejo Freud em um quadro na parede.

Ele não fala... olha apenas!

Seu silêncio é meu libelo

e o meu - um direito!

No divã eu me deito

e aguardo a sentença...

Vãs são as minhas esperanças

de refazer o passado

e as lembranças!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 13/05/2007
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