O impulso

O impulso vem

E a vontade vence o senso

As minhas mãos, tremendo,

Perdem o controle

Meus pensamentos focam em um objetivo:

Mergulhar, sem medo,

Nesse descontrole.

O pudor vem

E o Superego entra em cena

Mas num só golpe

O Id o leva a nocaute

Tantos detalhes me dizem

Que vale a pena

É o olhar, o batom, o sorriso e o esmalte.

Será que alguém sabe

Ou desconfia disso?

Eis que a vergonha surge

E o rosto fica rubro

Mas a razão nesses momentos: aguçada

Pra encobrir o feito

Eu também me cubro.

O pensamento voa longe

(Vai ao ares)

Se perde entre as imagens

Guardadas no arquivo

Vasculha casas, cinemas,

Quintais, bares...

O coração acelerado

(Ainda estou vivo!)

E o movimento movimenta o ponto morto

Se já está torto

Que se entorte o mundo inteiro

Vejo você parada em minha frente

Infelizmente não posso sentir seu cheiro.

Suor escorre pela testa claro e espesso

(Ao longe ouço o som de cem mil catedrais)

Desce pelo meu rosto e depois goteja

Ninguém me beija

Estou sozinho

E quero mais.

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 27/06/2014
Código do texto: T4861013
Classificação de conteúdo: seguro