A CAIXA

quebrando qualquer surpresa,

vieste com algo entre o braço e o tórax:

uma caixa!...

um presente namorado ao primeiro piscar do desejo

que estás louquíssima pra logo revelar

sem jogos de adivinhar

o que há

[surpresado]

em baixo do teu braço direito...

é uma caixa. Isso sei!...

uma caixa embrulhada

sem as convencionais fitas coloridas,

sem os cartões mal dedicados,

sem papéis de seda fresca,

sem tampa pra fechar

tudo o quê

[afobadíssima]

estás louquinha para me mostrar

muitíssimo mal escondido,

dá até para perceber a forma do meu desejo

à mostra

enquanto desembrulhas a caixa

[que havia]

entre teu braço e teu tórax.

e, nuinha, foste minha presenteira