Fausto

Será o pergaminho essa fonte sagrada, que do eterno saber a nossa sede acalma?

Alivio não acharás nessa dura empreitada, se a fonte não jorrar dentro da tua própria alma!

Goethe, em Fausto

Mais eis, Fausto, porque a sede jamais acaba.

Para vencermos nesta vida,

Bebemos sempre a água salgada,

Pois que somente de suor e lágrimas

É feito o oceano de nossas almas!

Oh, sim, como é dura a nossa empreitada

Como o Mar Morto, a fonte secou

Evaporando toda aquela água

Restou-nos o sal misturado à areia

E o pergaminho foi desfeito

Pelo sopro da fonte sagrada!

Como é triste a sina do andarilho

Por sobre a terra de tez deteriorada

Quem, por Deus, beberá o fel

Do materialismo que sepultou nossas almas?