...LEMBRO
Indo embora o sol serenamente
E deitar seus feixes lentamente...
Via o véu da noite sobre nós
Entre mil faróis, pequenos sóis...
No horizonte a luz se confundia
Com as nuvens cinzas de um dia
Ao findar-se a tarde para os homens
Rodas que no asfalto se consomem...
Somem lá depois do fim da via...
Cada qual seguindo a sua estrada
Sob o céu de ontem, hoje... Cada...
Nos mistérios do que não se sabe
Dirigidos pela liberdade...
Bem mais tarde arde a dor profunda
Na profunda noite das mazelas
Que não lembram tardes antes delas
Ao girar o mundo em mãos fecundas...
Mas, a luz crepuscular nos fala
Que das tardes criam-se manhãs
Noite traz um sono que embala
Nosso sonho bom do amanhã...
E eu me lembro sempre de setembro
Sol de primavera em um abraço
Do infinito livre do espaço
Simplesmente faz-se humilde membro
Da família eterna num regaço...
Dirigindo à tarde eu me lembro...
Autor: André Pinheiro
15/07/2014