DESORQUESTRAÇÃO

Não podemos mais nascer

Não podemos mais morrer.

Viver é algo opcional

Se a sorte é alto astral.

Não podemos aceitar

Tampouco contrariar!

Entre o nada das opções

Ordens dadas ao acaso

do Ocaso em questão:

Soa a desorquestração.

Repreensão ao "senso lato"

Tudo segue dominado,

Desacato desta mão:

Mas poesia é missão!

Que verseja a toda obra:

Voz à vida tão improba!

Quanta vil impunidade!

Para ação dessa maldade.

A orquestra é dissonante,

Só há mísseis alvejantes

Fel às boas intenções.

Deus nos dê superações...

Não há paz, não há respeito

Há apenas lá no peito

Um viver em concussão.

Não nos há mais condução!

Já não rolam mais as bolas

Só o caos que então assola

O descaso da intenção.

Campos mortos secam ao chão...

Toda fome em comunhão.