LINEARES

Por mais que insista em caminhar...

Minhas pernas se tornam pesadas demais e se cansam.

Meu peito queima e arde no lugar do meu coração, parece haver uma brasa,uma chama que não se apaga.

Eu teimo em lutar, mas meus braços caem e meus pulsos machucados estão.

Talvez eu seria um furacão e talvez eu sou uma leve brisa.

Acordo cedo, na esperança de a noite conseguir dormir, de não revirar na cama, como um peixe que se debate com o anzol preso a boca.

Pode parecer loucura, mas agora é aqui que estou;

Nessas linhas, me largo, me abandono, me deixo, como se nos braços de um ávido amante.

Escrevo um grito retido na garganta,

Um arrepio contido,

Um soluço interrompido em meio as lágrimas.

É assim que me encontro...

Disposta a eternizar a pena, a tinta e as lembranças.

Vagas não são;

São minhas, cúmplices íntimas do meu silêncio, no meu olhar e da minha sede.

Luciene Nogueira
Enviado por Luciene Nogueira em 02/08/2014
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