pileque camerístico
vem assim
quente
comovente
como
brasas de satã
triste e melancólica
tardia
honesta
e inocente
uma frequência depressiva
conspira
a meu favor
observei mendigos
com requintes
holywoodianos
enquanto
garênias douradas
ofuscavam nossos olhos
suprindo obscuras necessidades
em virtude de milagres
da dor e amor
pois somos
um pouco de nada
um pó de algo
acontecimentos arbitrários
aleatórios
como
brisa mansa
ondulando teu vestido
em manhã de outono
numa lestada
de chuva e frio
comunicando
algo indizível
aos anéis de saturno
eu sei
eu estava lá
cabelos desconexos
penteados ao vento
nadando rumo
as lavas de vulcão
escorrendo
de montanhas indexadas
a esconderijos de dragões
adormecidos
embriagados por espíritos
sedentos em fogo
um trago de amargura
voe longe!
carregue esta serpente
dentro de ti
proteja
sob tuas asas
minha amada
solidão