greve de fome

sinto

o céu de tua boca

quase sempre

a me acalmar

pois

algo me guia

sob o signo

da poesia

são lágrimas ao luar

caindo em melodia

em perfeita harmonia

apaziguando agonias

feito água

do mar

a negrada incendeia

larga flores

na areia

perturba

a linda sereia

nossa amiga

iemanjá

que

não faz greve de fome

nem sente saudade

só sente repulsa

das

engravatadas quimeras

que pregam bondade

iludindo idiotas

em santo grau de insanidade!

e então

desfaleço

esqueço

enlouqueço

quase sempre

adormeço

com as prostitutas

do

centro da cidade

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 07/08/2014
Código do texto: T4913426
Classificação de conteúdo: seguro