APRENDIZ

Eu passei muito tempo no escuro

E cresci em um liquido puro

Mas, chegou o momento feliz

O momento de ser aprendiz...

A semente brotou tão pequena

Como uma pequena açucena

Na serena mãozinha ficou

E depois que regou serenou...

Uma rega de lágrimas cheias

De amor, que corria nas veias...

Num aconchego com muito calor

Foi um seio que me alimentou...

Quando vi já corria adiante

Tão pedante igual gente grande...

Grande foi na verdade a surpresa

Quando já me servia a mesa

E o poder eu sentia na idade

Puberdade de pura vaidade...

Onde nada fazia-me medo

Das espinhas queria segredo...

Foi depois quando já era jovem

Quando vi que o tempo era nuvens

Que o vento fazia passar

E somente restava-me amar...

Eram nuvens passadas lá trás

Que eu via faltava-me um pai

Mas, se hoje ele está tão distante

Nós seremos, nós dois, doravante...

E eu hoje ainda sou aprendiz

De um pai que no tempo me fiz...

Autor: André Pinheiro

09/08/2014