Palavras apenas
Só sinto que sinto muito
o pouco que me doei
é que me doía a alma
e o amálgama de tudo que sou.
A minha gula, a minha gana
que engana minha fome eterna
e o nunca saciar da minha sede
sede o meu cálice de licor.
No traçar das traças
pelas páginas em branco
compõe buracos de versos
diversos buracos, aliás.
Não te ofendas
se as fendas de minha porta
expuserem meus pudores
pudera que me visse morrer de amores.
Ouro Fino, 18 de maio de 2007