Noite Solitária
O vento sopra
Na esquina
Onde dobra
Mais um carro.
Passo a passo
Feito uma felina
Na alma se esconde,
Algo raro.
Bem, não sei de onde,
Um vento sopra mais frio;
Dos meus olhos correm
Dois rios
Que secam
Sem tocar o chão.
Alma agora
Em pedaços
Bem diante do portão,
Olho para casa
Tudo fechado
Luzes apagadas;
É nessa hora
Que desejo asas
Coragem pra saltar
Por cima das grades
Andar, e
Ir até uma certa janela
Ir ao encontro de minha donzela
Levá-la pelas ruas
Da cidade
Caminhando de mãos dadas
Sob a luz prateada
Da lua.
Doce ilusão
Desejo que não
Se cansa de existir
Tudo isso porque ela mora bem ali
Onde o vento sopra
Na esquina
Que o carro dobra
Lentamente
Passo a passo
Como uma alma felina
Devaneio da mente.