Às vezes

É difícil dizer/

Se devemos caminhar ou andar/

Mesmo que a lei esteja para julgar.

Pois quem controla a harmonia/

Não quer ver ninguém dançar/

Engraçado que a lua ainda está lá/

Que os pássaros cantam as manhãs/

Que a tarde é poente/

Que sempre temos alguém ausente/

Que sempre queremos amar,

Mas a predisposição a solidão/

Leva da vida/

A liberdade de se querer pensar/

Transformando o paraíso/

Na ignorância do inferno/

Todo mundo doente/

São crentes/

De um aborto/

Que aos olhos da alma/

Já não se consegue assimilar.

Ama-se latas e garrafas/

Cigarros e prostitutas.../

Carros, marcas e fantasias/

Na verdade errantes andamos para nos enganar/

Por entender que esse é o jeito de viciados/

Vencerem as suas fraquezas/

De realmente viver/

Pela necessidade de morrer escrevendo/

Nos papeis as suas falsidades.