CAIXA PRETA
Na nave que gira
No tempo que corre
A vida sacode
Toda sofreguidão.
Falhou a turbina
Queimou na esquina
A voz não se ouvia
Desintegração.
Caía a neblina
Na pista das vias
de todas as saídas?
Só escuridão.
O vento soprou
O grito soou
O nada sobrou...
Silêncio soou.
A esperança quebrada
A vez foi roubada...
Destino insólito?
Revés compulsão.
Abriu-se a clareira
Na Pátria alvissareira
Esperança vermelha
Já sem direção.
Não tem colorido
Ao já sem sentido!
A Adélia falou!
Roda Viva rodou...
Mulher de verdade
Ego sem vaidade
Montou um verso forte
Um tiro na sorte.
Morreu Robin Williams
Optou na partida!
Teve recaída...
Nova depressão?
Dizia o ditado
Que do riso ofuscado
De rosto pintado
Não se vê coração...
A droga em alerta
O crime em festa,
O dólar subiu
O real só caiu.
A neve lá longe
Borrou o horizonte,
A pequisa ruiu...
Até a USP faliu.
A água secou
O lixo boiou
A criança cheirou...
O planeta chorou.
Riscou mais um míssil
Num céu sem limite...
À guerra apogeu
Em nome dum deus...
Ao Homem consorte
Não resta mais sorte
Perdeu seu caminho
Sequer é sozinho.