Fruto do desejo

Eu, ainda feto afetado era

Pelo botão da flor e o poder da fera

Eu, desejo consumado

Sem nome e sem passado

Presente de um futuro ser

Eu, o fruto do prazer

Do gosto e do pecado

Um condenado à morte

Sem norte e sem escolha

Um desafeto arrebentando a bolha

Eu, assim nasci, cresci e fui em frente

Crente, descrente

Denominado gente

O resultado do desejo imposto

Um rosto exposto em meio à multidão

Eu a sombra da razão, aqui estou

Nas entrelinhas de um poema incerto

Pregando no deserto

Entre cristãos e ateus

Dizendo amem, pra não dizer adeus