Águas de prata (Cavalos Azuis)
Dançantes nos céus,
Sobre os rios de prata,
Cavalos azuis,
Trazendo do anoitecer, os véus
Os anjos, perdidos,
Questionam sozinhos,
-Para onde as sete luas?
Lamentam entristecidos
-À estrela da manhã,
N'outro estranho mundo!
Disse o mudo poeta ao fundo,
Voam eles para lá em afã
A buscar luz, que levara
Suas Luas de sua casa,
Nenhum sequer encontrara,
Resquício de luas amadas.
Tolos anjos, jamais souberam,
Do alvorecer estrela, não no céu,
Nos olhos Dela onde moram
A luz vívida e suas luzes agora.
Resta aos anjos, admirar
Apenas a jeitosa dança,
De cavalos azuis a bailar,
À luz triste do mar de prata.