INDISPENSÁVEL

Pra ter a consistência da terra,

a poesia tem que ser adolescente,

ora maduro, ora infantil,

às vezes inseguro,

outras viril.

Pra pra ter o cheiro de mato,

a poesia tem que ser inebriante,

ora odre, ora podre,

meio bicho, meio gente,

ofegante.

Pra ter o gosto da fruta,

a poesia tem que mostrar os dentes,

ser diamba, ser samba,

ansiolítico e estimulante,

água-ardente.

Assim, nada muito sério,

nada muito constante,

a vida segue seu enredo,

e a poesia, igualmente,

nosso sagrado brinquedo.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 21/08/2014
Reeditado em 07/10/2014
Código do texto: T4931482
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