A DOR DA NOITE

A longínqua certeza da luz

Das sombras que logo se esvaem

De tudo o que penso

Penso nas almas vivas

Que vagam solitárias

Nas sombras destinadas a dor

E tanto me aperta a alma que grito

E sinto da mesma dor

Das tristes almas vivas

Que agora encarnam a própria dor

E a sombra destinada a sono dos vivos

É refugio dos que vivos são destinados a dor

E quem me dera ser como eles

Almados e vivos, mas ligados aos mortos

Pela sombra que carrega a dor

Livres

Do conformismo da educação, moral, leis e dinheiro

Já que só a dor possuem