23/08/2014
A longa noite me chama,
sedutora com seu negro manto.
Lânguidos braços acariciam-me o rosto,
e dedos pétreos acenam.
Sinto o torpor, as náuseas.
Para o útero da mãe terra,
preciso voltar.
Mergulhar no sono infinito,
no não ser eterno.
Minh'alma quer libertar-se de sua prisão
e voltar ao cálido nada,
o nascedouro da nulidade.
Meus pés vascilam, mas,
não há porque temer o conhecido, todavia olvidado.
É de lá que vim e para lá hei de tornar.