23/08/2014

A longa noite me chama,

sedutora com seu negro manto.

Lânguidos braços acariciam-me o rosto,

e dedos pétreos acenam.

Sinto o torpor, as náuseas.

Para o útero da mãe terra,

preciso voltar.

Mergulhar no sono infinito,

no não ser eterno.

Minh'alma quer libertar-se de sua prisão

e voltar ao cálido nada,

o nascedouro da nulidade.

Meus pés vascilam, mas,

não há porque temer o conhecido, todavia olvidado.

É de lá que vim e para lá hei de tornar.

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 23/08/2014
Código do texto: T4933504
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