Apanágio à solidão

estômago em oca vertigem

aspirei na janela

misto de tabaco de baunilha

e vento outonal

a buscar folhas

ferindo na garganta

ocultações viscerais

o céu da minha alma

repleto de folhas

no chão

retrato de outono

ocaso de fase

escuridão...

relembrei a cada trago

castelos derrubados

ao longo da vida

reconstruídos

junto a escombros

sentinela vívida

sucessivo renascer

odor de baunilha

cobiçando cadentes

flocos de algodão

vida em constante

apanágio à solidão

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 19/05/2007
Código do texto: T493389