Eis que vivo

Eis que vivo e vivo esperando.

Vivo o silencio, eu e o pensamento;

Pensamento de leveza azulada,

de medida lenta, sobrevoando,

viva ainda, a alma já, de ímpeto,

quebrantada.

Eis que vivo e vivo em turbilhão,

folhetim solto ao vento.

Olhar desatento, invernal, sem emoção,

vivo só, com tudo que professo

e confesso, pelo bater do coração.

Vivo do sal, do prazo, de algum tento.

Já sem talento, eis que vivo,

eu e o pensamento.