atores em exposição

mais ou menos como labaredas dum sabugo de milho inzoneiro

cifras de cólera na moléstia das cordas de cítaras

um austero engodo austríaco, demoníaco

como uma rainha

ou como as insípidas unhas das gárgulas francesas

sofremos um processo de prolífera pulverização cenógrafa

uma espécie de limbo infestado de vampiros, canários belga

leões de chácara e resquícios de ardósia

sofremos com crônicas de diáconos e oceanógrafos frustrados

sedendo a fina e clara fusão

de frio e calor

sob jocosa diáspora na linda ilha de abrolhos

num tênue éter de amistoso pavor

vejo-me preso a um almanaque com cheiro de coisa antiga

vejo-me preso aos sorrisos amarelos de todos os mesmos prefeitos reeleitos

vejo-me preso a falácia que entrelaça, repete e laça

a incômoda sujeira acumulada no topo do mofo dos cômodos

eu te vejo despida dentre a rachadura dum ferrolho

na "íntegra entrega" daqueles artistas da globo

comendo arroz com repolho

e a casca de um ovo

atores em exposição

embaraçam a minha visão

faça meu beijo se multiplicar com teu latrocínio

teu código lunar

enferruje alumínios, empale inimigos

e se possível, converta homens

em meninos

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 25/08/2014
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