atores em exposição
mais ou menos como labaredas dum sabugo de milho inzoneiro
cifras de cólera na moléstia das cordas de cítaras
um austero engodo austríaco, demoníaco
como uma rainha
ou como as insípidas unhas das gárgulas francesas
sofremos um processo de prolífera pulverização cenógrafa
uma espécie de limbo infestado de vampiros, canários belga
leões de chácara e resquícios de ardósia
sofremos com crônicas de diáconos e oceanógrafos frustrados
sedendo a fina e clara fusão
de frio e calor
sob jocosa diáspora na linda ilha de abrolhos
num tênue éter de amistoso pavor
vejo-me preso a um almanaque com cheiro de coisa antiga
vejo-me preso aos sorrisos amarelos de todos os mesmos prefeitos reeleitos
vejo-me preso a falácia que entrelaça, repete e laça
a incômoda sujeira acumulada no topo do mofo dos cômodos
eu te vejo despida dentre a rachadura dum ferrolho
na "íntegra entrega" daqueles artistas da globo
comendo arroz com repolho
e a casca de um ovo
atores em exposição
embaraçam a minha visão
faça meu beijo se multiplicar com teu latrocínio
teu código lunar
enferruje alumínios, empale inimigos
e se possível, converta homens
em meninos