Dançar, dançar...

Agora, quando já ninguém me tira para dançar...(L. V. da Cunha)

Maestro, toque esta música!

Ordene ao piano valsas e que o violino chore.

Talvez um tango que fale de amor,

Ou notas de dor de algum bolero

Que contenha saudades de quem mais quero.

Que suspire sonhos, amores e sua essência ,

Que chore verdades e toda a tua ausência.

Deixe minha imaginação neste salão rodar,

rompendo desejos e me fazendo delirar

e por todos os salões que a vida conceder,

quero dançar. Primeiro, arroubos do querer,

depois, trazendo emoções para eu cantar.

Discreto, o disfarce que me traz um olhar,

desviando conversas e gestos a se perder.

Ainda um amigo, de riso aberto e franco,

que desconheço a face, que o longe venha trazer.

Quero mesmo é dançar, fazer o salão girar

e o meu mundo girar na roda desta vida,

ter sonhos e que o sonho me chame de querida,

ter braços ao meu redor, sorriso pelo olhar,

estontear, rodopiar insensatez de prazer,

Olho no olho, mais e mais enlouquecer.

Ter meu amor, e, nesta vida, dançar, dançar...

Toque esta música, maestro!

Qualquer som que a orquestra ensaiar,

por uma ilusão que me seja o par.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 20/05/2007
Código do texto: T493669