Vestida de Negro

Vesti-me de negro

só para calar

um sono cinzento

Sonhos...

queria-os ter,

mas o véu

dos pesadelos cruentos

volveu ao meu ser

encaixotado de máculas

cores pastéis

Soletrei meu nome

Pra quem?

Não havia ninguém

Será para eu mesma

lembrar-me quem sou?

Ou para romper

soturno silêncio

da madrugada

não conseguido

nem pelo tique-taque

contínuo do despertador?

...

Àquela altura

Embrenhada na altivez

Da noite de mim

O sono abordou

Só minhas unhas carmim

Dissolviam a negritude do todo

E o brilho de uma estrela única

Que reluziu e piscou no entremeio da cortina

Chamou-me à realidade da esperança

Que inda existe na prata de'um fio

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 20/05/2007
Reeditado em 02/01/2012
Código do texto: T494050
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