Viva a Humanidade
Viva a todos os seres humanos
A aqueles que dominam o mundo
Sentados em sofás com suas taças cheias de sangue.
Excluindo-se do que há de ser
Para viver o que se deseja
Com suas cortinas vermelhas e pretas balançadas pelo vento mudo.
Seja vivo o espirito hipócrita
Que suas angústias falem através da alma
Vivo seja, indiferente do que é, idéias de carne vermelha
Com formigas em guarda, prontas a defenderem a sua casa
Viva a Baal, que empalhem o Egito, as doutrinas e luxurias.
Todos são reis, de nada do que pertence
Miseráveis como o próprio Lucifer
Que em seu trono degusta do mesmo vinho
Que a ninguém importa, o que será, e o que há de ser.
Viva,
Seja vivo todos os demônios
Que canibais arranquem os figados
Em memória não será a nossa esperança
A vingança está na unha, que loucamente entra na carne.
Viva,
A morte da poesia, que não sobrevive a nós
Mas nunca deixará de existir
Miserável ordem social
Que em seu caminhar tropece para o abismo.