DESPERTA
Na forma bruta espalha-se
O medo a verdade e a ternura
Que o tempo não apagou,
Luz no meio do vale,
Centro do certo errado
Bem e mal,
Na forma estúpida nua crua
As folhas balançam
Caem por terra e outras
Voam sem destino
Vão pelo ar, a par
Das aves dos principios
Daquele som, da voz
Do pensamento!
Na forma cruel
Despacha-se pela tintura
Verniz nas janelas
Onde as meninas dos olhos
Se vestem das roupas
Coloridas ou encardidas,
Lavadas pelos rios
No mar a salina
Seriam as lágrimas
E ao olhar o Sol
Desperta para a vida.