Olhando pela janéla

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Abro a janela

Vejo você lá dentro

Num escuro aposento

Esperando o sol raiar

Vejo a vida na janela

Ou o mundo que passa nela?

Olho a noite descendo lentamente

Uma mutação fremente

Não tem linha do horizonte

Os prédios cobrem os montes.

A luz do sol, agonizando.

Nos refolhos se engolfando

No negro firmamento cobrindo

Vejo poesias da janela

Surgem bizantinos cristais em gala

Cruzeiro do sul, ditando o rumo.

Num brilho abençoado! Diz

Siga-me! Seja feliz!

Sigo a saudade venturosa

Vejo pinturas maravilhosas

Que sempre estão aqui.

Sigo o mar refletindo um estranho brilho

E que pouco senti!

Porque pouco eu a abri.

Janela de campo, campina de vida.

Os montes azuis

Bucolismo!Relva florida

Regatos claros, vales, montanhas.

Cantarolo na janela

Sinto cheiros, mudo a tela.

Transpareço os meus queixumes

Amor profundo, mulher.

Atiro meus ciúmes.

Afinal em 0-novembro em plena primavera.

Mês de perfumes embriagadores

Cantando endeixas falando amores

Jogo as dores ao vento

As tristezas no relento.

Não a fecho...

Durmo aqui!