CRENÇA

creio nas coisas

e na ruína das coisas

creio naquilo

que é estranho

e quando recomponho

os fragmentos

os avessos

os desperdícios

de tudo que vivi

não suporto o fato

de que todas

as possibilidades

estão esgotadas

com o sentido

envenenado pelo desespero

capta-se

o súbito silêncio

e o disfarce

enterra as palavras

no esquecimento.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 22/05/2007
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