ANDORINHA

Oxalá ouvisse eu a avezinha.

A andorinha cujo canto Manuel ouviu.

Quisera eu na minha vida à toa

ouvi-la sempre a zombar de mim.

Mas nasci no tempo das almas desprovidas,

das aves indistintas

pousadas nos cabos, nas cercas,

nas antenas de TV.

Nada ouço além de chilreios.

Nada vejo além do que todo mundo vê.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 16/09/2014
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