NOITE OCULTA

A noite dentro de mim,
É cheia de vultos e de fantasmas!
Onde o que sou se confunde
Com o que fui...
Onde o tempo, não tem tempo para si mesmo,
E onde o tudo tão imóvel,
Se confunde com o nada em movimento!
Os vultos, eu sei, assaltaram-me
O brilho dos desejos...
E tudo o que eu não fiz cercam-me
Como fantasmas... Eu vi!
Dentro de mim, a noite oculta, não finda,
Se outrora foi linda, esqueci!
Se houveram alegrias, preciso nem lembrar...
Só sei, que a partir delas chorei, e choro ainda!
E que todas as minhas lágrimas,
Foram sentidas como estátuas de sal,
Com a tua efigie, sobre mim...
E o teu olhar fugindo do meu?
E o som de tua voz, que nunca mais ouvi?
Como pesa em mim o adeus, o teu adeus,
Que eu nunca quis!

Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
19/08/2014