1961

O cão espera enquanto eu fumo,

indiferente ao inferno atrás de si.

Guardar as portas até onde vão as esperanças,

é como entender por que ainda se sobrevive do lado de fora.

Deitado sobre o rochedo onde a praia foge,

entendo então o ocaso da raça divina.

É uma questão de simetria finita,

na má vontade dos pontos de fuga.

Olho com indiferença esse analfabeto herdeiro,

feito mais de músculos simplórios e menos dor.

Porque desconhecer traz a descrença do limbo eterno

e o amor venenoso por esta fotografia de fantasmas.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 20/09/2014
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