1961
O cão espera enquanto eu fumo,
indiferente ao inferno atrás de si.
Guardar as portas até onde vão as esperanças,
é como entender por que ainda se sobrevive do lado de fora.
Deitado sobre o rochedo onde a praia foge,
entendo então o ocaso da raça divina.
É uma questão de simetria finita,
na má vontade dos pontos de fuga.
Olho com indiferença esse analfabeto herdeiro,
feito mais de músculos simplórios e menos dor.
Porque desconhecer traz a descrença do limbo eterno
e o amor venenoso por esta fotografia de fantasmas.