Minh’alma

Escrevo para ser

Para nascer e conceber

Escrevo para penetrar

Inspirar e transbordar

De nada me queixo

Até que gosto de ter esta alma espaçosa

Que não cabe e mim e transborda

Não me queixo

Aceito este dom de olhar para o nada e tudo ver

Sentir e tocar

Escrevo para sair

Para fugir e ficar

A poesia me faz

Capacita-me a ser

Somente ser, sem eira nem beira

Às vezes sinto estar nua

Na rua me veem nua

Mas não o veem que desejo, o que imploro que vejam

Minha alma é espaçosa, mas nem parece

Às vezes se perde, não volta... Some

Briga com meu corpo por não haver espaço para o que mais importa

Então ela se esvai... Evapora

Alessandra Benete
Enviado por Alessandra Benete em 23/09/2014
Código do texto: T4973065
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