A CAMINHO

Fosse eu feito estrada

Errante como sou,

Saber antes da chegada

O lugar pra onde vou.

Que me oculta a curva a frente?

Penso logo no porvir.

Quem me dera em minha mente

Conhecer o que há de vir.

Mas se me dada tal ciência,

Do que valia caminhar?

Conhecer sem experiência,

O que logo há de chegar.

E se à sombra ali me sento

Não me engano hei de partir.

Que venha o sol, a chuva e o vento,

Ainda na dor irei seguir.

Sigo errática trajetória

Esperando a qualquer hora

Que se finde a minha história.

Queira Deus que não agora.