Bendito

Naquele lugar estava amalgamada sua alma.

O chão rachado sem nenhuma flor,

Só espinhos agudos embalando a rudeza

De um verão infindável.

Os pássaros partiram

Mas ele estava lá,

Cutias e preás,

Mas ele continuava por lá,

Os anjos sumiram,

E ele sempre lá,

Preso aquele chão sem folhas,

Sem vida, avizinhado ao sol que quase nunca se põem.

E põe a vela entre os santos

E põem o rosário entre as mãos

E põem a vida a espera de algo novo...

Algum vento surdo que mova os lençóis que torram nos varais,

Que lhe traga os gritos de crianças brincando ao longe,

E aquele perfume que nunca mais lhe saiu da cabeça.

Janaina Cruz
Enviado por Janaina Cruz em 07/10/2014
Código do texto: T4990845
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