Eu de barro

Não era barro no meu corpo

meu corpo de barro é carne silenciosa

é coisa de pó nascendo no moinho

Os martelos batendo num compasso de ladainha

constroem um eu na tábua do tempo

Onde leis naturais são os sopros

e as sobras que ficam de seus cascalhos

lascam a parte dos meus erros

Eu de barro construído com martelos

sinto-me tábua para calçar os pés

que vão encontrar caminhos

que vão ter com o tempo seu zelo