VENTOS E SINOS

Passava um pouco das 16 horas

Quando a tarde cobriu-se de cinza

E o Sino-de-Vento tilintou de frio...

Talvez pela hora, não sei,

Talvez pelo sino...

E o menino apareceu-me

Sentado sobre o telhado

Numa tarde qualquer

De um tempo bem tarde

Numa cidade pequena,

Cidade berço, infância e adolescência,

Cidade essência,

A ver a procissão subindo o morro do outro lado

E ouvindo um sino cadenciado

Tocar lugubremente, pausadamente, pesadamente,

Tanto quanto parecia pesar o que os homens carregavam,

Tão lentamente,

Dentro daquelas alças...

Vento Sul e frio;

Cinzentas nuvens ligeiras tocaram o meu Sino

E acordaram as lembranças

Do meu tempo de menino.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 24/05/2007
Código do texto: T499509
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