Cochilo dos deuses

Os deuses do meu coração parecem dormir,

já não escutam o meu arguido clamor.

O ouro se foi ao vício,e não pude resistir...

E o amor? Este desconhecido, não o deixei se impor.

Pra longe com a sorte que se compra com a prata.

Trata com o destino um caminho ascendente.

Mente para a morte gritando: Eu não tenho medo!

Cedo chega o julgo para as almas decadentes.

Vista-se para o baile, a festa da lua nova,

os rituais o aguardam, e o vinho já destila.

Peça ao mestre empírico uma revelação, uma prova,

E que as donzelas o favoreçam do sacrifício da partilha.

Permita-se voar... Ao cair do corpo desancorado;

Permita-se sentir... O beijo do dragão domesticado;

Permita-se tocar... O rosto do amor desacordado;

Permita-se viver... O instante eterno do olhar enamorado.

Meus deuses não cochilam, quem dirá dormir.

Ainda restam muitos castelos de areia a ruir.

Meus sentidos não respondem mais, me sinto normal!

Mais uma noite termina, de volta estou ao mundo real.

Marcelo Maia
Enviado por Marcelo Maia em 24/05/2007
Reeditado em 01/04/2016
Código do texto: T500044
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