Memórias

Quase todas as histórias com um final feliz, começam com o tradicional “Era uma vez”, Infelizmente não sei com que frase a minha começou.

O que sei é que hoje fui arrebatado por uma maré de melancolia, como se eu já não soubesse como é isso, mas enfim, há algum tempo isso não acontecia. Para completar a casa está vazia, e tenho a ausência de todo e qualquer som como a única companhia.

Ainda a pouco voltou a chover, e no silêncio do mundo ao meu redor, a melancolia levou-me a ouvir os sons da natureza, o mundo a minha volta não havia parado para me ouvir, tão pouco para me observar. Os pássaros a cantar, os pingos da chuva no telhado, nas folhas e por fim no chão, sim há uma sublime diferença em tudo isso, a melancolia me fez relembrar.

Dos tempos de infância e adolescência, as caminhadas pelos bosques e trilhas da minha vida. Não, eu nunca me esqueci de onde vim. O que desconheço é para onde vou, momentos assim traz todo o tipo de lembranças ruins. E o medo, o medo com certeza é o pior, traz junto consigo, as incertezas do futuro.

A chuva tornou-se garoa, eu vejo pela janela, o mundo está tão silencioso hoje, tão calmo que nem parece o meu mundo, as vezes me esqueço que cresci, e sonho novamente ser o adolescente, aquele que sentava-se abaixo do céu azul, do branco das nuvens, da claridade da lua, do sol e das estrelas. Aquele que tinha na cabeça o porquê dos mundos, mas respostas não haviam. Enfim veio o tempo... e mudou todas as respostas.

Se trouxe alguma resposta consigo, guardou para si, não me deu, por que ainda sou o mesmo, mudei é claro, mas nem tanto assim.

18/10/2014

11:21 AM

Por Cleverson Luis de Oliveira