CIDADE MARAVESOL

aqui e agora

aqui no rio de janeiro

eu chego, eu vejo, eu calo

e so depois eu falo

agora sou o superego

o supercego, o supermorcego

sou o broche deboche

no vestido da senhora

cidade maravesol

ora, ora caracol

eu estou aqui e agora

no vestido da senhora

cidade maravesol

carrego comigo

o rio de janeiro

o rio de quem quer que seja

o rio ate quando for

para os olhos da senhora

cidade maravesol

ora, ora caracol

eu estou aqui e agora

para os olhos da senhora

cidade maravesol

cubro o rastro

me arrasto, alastro

que nem mato em toda parte

espalho a beça

viço, atiço cor, ouriço

faço arte, pinto o sete

os sete furos da cabeça

passo lento, caracol

e nao saio

meu ensaio

na saia da senhora

cidade maravesol

ora, ora caracol

eu estou aqui e agora

na saia da senhora

cidade maravesol

de repente sou o musgo

no muro da casa grande

surjo no molhado

frutifico a rachadura

cascadura, botafogo, cosme velho e loucura

faço, traço o desenho da mulher

bato papo, no ato sou menino

aqui cinema, imaginaçao agora

canto, vale a pena, meu mau espanto

sou marginario imaginal?

sou do tempo da demora

maça, laranja, amora

no amor pela senhora

cidade maravesol

ora, ora caracol

eu estou aqui e agora

cidade maravesol

quando ve

a ave me leva

feito erva pro ninho

nos contrafortes da pedra

vou refazer a tempestade

e me agarro sobre o abismo

e renasço frente ao mar

debaixo do sol dourado

e muito bem comportado

posso suprir a coluna poetica

no ritmo, na rima, na metrica

de derreter chocolates

nas delicias do desejo dela

sou a gosto

enquanto o vate nao melhora

o sol, o solo, a solidao

que assola os labios de coca-cola

no sorriso da senhora

cidade maravesol.

dedicado a Sol Ver

eugenio malta

01.02.nov.'73.

Eugenio Malta
Enviado por Eugenio Malta em 28/10/2014
Código do texto: T5014872
Classificação de conteúdo: seguro