MAL SEM CURA

A dor parece não passar nunca

Às vezes é aguda, fina,

Em outras arde em labaredas flamejantes,

De um grande vulcão despertado

Sensações de frio e calor se revezam

A ferida se abre lenta e propositalmente

Quando sim quando não, se acomoda

Numa calmaria simulada

Para retornar subitamente

Como um grito na noite

A dor gane gemidos surdos

Expande-se ocupando tudo

Comprime cingindo o peito

Suspiros fundos, olhares longos,

Diagnóstico: saudade...

Maria Helena Camilo