TÉDIO

Um horizonte branco com retalhos;

O olhar asséptico dos burocratas batendo [carimbos,

E o branco do papel me desafiando, [tiranicamente...

Queria agora lançar-me ao mar

E brindar com tempestades de néons

o virtual alarido de um carnaval

de nenúfares vibrantes,

ouvir um concerto de vaga-lumes

rasgando a pele do olhar

onde a aurora e o ocaso

dançam uma rumba

e as quimeras se dissolvem no ar...

E no entanto...aqui estou...

Olhando por retângulos de vidro

pedaços da vida lá fora...

DARWIN FERRARETTO
Enviado por DARWIN FERRARETTO em 13/09/2005
Código do texto: T50173