Morre o instante e passa
Morre o instante e passa
Sem que surjam lamentos
Dos rebentos nascentes dos grãos,
Sem que paire ajoelhada a fumaça.
Como abandonar o velho
Por mais que renegado seja,
Se a admirar ainda o de ontem
No refletir do espelho se esteja?
Como permitir ao novo,
Mistério atro ou alba luz,
Em cada novo dia
Despertar no coração?
Como manter a cada instante
No amago d’alma pulsante
A certeza de não viver em vão?