Rastros de outubro

Novembro chegou soprando meus cabelos.

Espero que assim o seja por todas as primaveras.

Almejo novembro e seu doce dezembro.

Almejo conjugar o verbo estar-se junto,

sem peripécias, sem dores, apenas calmaria.

Esse amor que passou outubro

deixou rastros amargos e

uma puta saudade.

Mal de amor, com dor,

sem cor.

Ficou apenas o desejo do doce cheiro de uma flor,

de uma forte chuva a correr por entre os dedos,

e de um beijo profano sem pausas.

Conjugo teu verbo assim como conjugo a doce chuva de novembro que está por cair,

e invoco esses meus trocadilhos tão sem rimas.

Escrevo-te p'ra dessa dor passar.

E ainda procuro uns sinônimos

p'ra novembro não me ser tão insensato,

ou um título qualquer que descreva o vazio de outubro.

E acabo que componho qualquer e mais qualquer que me faça sentir que na lembrança está apenas você.

Te quero em novembro.

Marinara Sena

03/11/2014

12:00PM

Marinara Sena
Enviado por Marinara Sena em 03/11/2014
Reeditado em 03/11/2014
Código do texto: T5021709
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