Ponto final

Não tem ponto que me faça parar

Uma vírgula pode até atrapalhar

Fazer-me dar um tempo

Mas depois sigo em frente

De forma ininterruptamente

Firme e forte todo momento

O caminho é feito de reticências

Nem sempre uso a palavra decência

Na história que estou a construir

Nela aparecem interrogações

Fatos, interjeições, exclamações

Verbalizam o meu existir

Faço com frequência minhas orações

Sou direto, indireto nas ligações

Nas relações interpessoais

Bastantemente adjetivado

Sou recheado de predicados

Às vezes exagerados, noutras reais

Quando ordeno, sou imperativo

Quando duvido, sou subjuntivo

Faço uma pessoal conjugação

Busco um estado de alegria

Amor, paz, saúde, sabedoria

Escrevo-me baseado na razão

Ao fazer a interpretação da minha vida

Plenamente aproveitada e querida

Vejo-me um ser do bem, nunca do mal

Vivo minha história a escrever

Almejo esta apenas vir a perfazer

Quando, enfim, chegar o meu ponto final