Flores de plástico

Alguns são flores

Outros veneno

Uns no jardim, outras já mortas, em vasos velhos

Outros em taças de gente ou campos gigantes

Os primeiros lindos

Podem não embelezar

Ou só contagiam

Os segundos distintos

Um pode embriagar

Ou só contaminam

Alguns de plástico fabricado

Pra enganar o olhar distante

Alguns de fato, plantados

Pra encantar o cuidador, elegante

Alguns de gosto indelicado, paladar frustrado e abominante

Alguns de aroma adocicado e frisante

Todos do mesmo produto

Todos opostos e irmãos

Mas o mesmo conteúdo

Uma flor falsa desencanta boa vida

Um veneno bem dosado mal não faz

Tem gente que é flor e machuca gente

Rosa, roseira, espinho de castanheira

Tem gente que tem veneno e vicia a mente

Cama, corpo, beco ou boca inteira

Peter Dahn
Enviado por Peter Dahn em 05/11/2014
Reeditado em 05/11/2014
Código do texto: T5024703
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