Triste pequenino

Por que choras, pequenino?

Vislumbro tamanha tristeza

Guardada no cerne do teu ser

A refletir-se na alma

Por gordas gotas de lágrimas

Que enchem os olhos teus

E, transbordando, rolam

Em tuas róseas bochechas

Que só carinhos e beijos

Deveriam o sabor conhecer

Criança

Tua face

Tem de ser retrato de candura

Espontaneidade pura

Fonte de sorriso

Em constante renascer

És pequena semente

Que lança no olhar

Flechas de esperança

Não chores, pequenino

Não permitas desalento fazer ninho

Em teu tenro coração

Enxugues em meu peito tua dor

Calado fica meu ser ao teu clamor

Que, mudo, mancha a memória

De tua meninice

Que deveria ser só de amor e faceirice

Inocência

Céu azul

Cantigas de roda

Lápis de cor

Que disritmia

Que olhos não vêem?

Que mãe não percebe

Coração tão repleto de dor?

Sonhei para ti e para tantos

Pequeninos do mundo

Futuro

De felicidade e amor

Quero ver-te sorrindo

Cantando, pulando

Tal qual pintainho

A brincar em seu ninho

Quero cantar-te canções!

Quero mostrar-te a força do abraço

O sorriso a fazer laço

Mistura de beijo sujo de bom-bom

Quero que tu, pequenino

Volites por sobre campos floridos

Visite comigo os amigos queridos

Conte-me estórias de bravura e pureza

Quero ver-te brincar de pés descalços

Fazendo castelos de areia

Plasmando inocência

E cheirando a perfume da natureza

Quero que voltes a saber ser

A inocente semente do alvorecer!

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 27/05/2007
Código do texto: T502714