A CASA E SEUS TAMANHOS
A casa daquela menina era imensa,
Que levava a mãe a loucura,
Com sua energia intensa,
Cada dia uma travessura.
Onde se escondia aquela peste?
Era difícil encontrar,
Colocava a mãe em teste,
Sempre a lhe procurar.
Aprontava e saia correndo,
Fugia e ninguém lhe pegava,
Ficava horas se escondendo,
Aparecia quando a mãe se acalmava.
Apesar de a casa ser gigante,
Cada cômodo era vasculhado
Pela coitada da mãe ofegante,
Mas ela estava no telhado.
A mãe raramente a encontrava,
Mas quando isso acontecia
Ela sempre apanhava,
Com certeza merecia!
Subia na mesa, pulava a janela,
Estava sempre se aventurando,
Escalar os muros era com ela
E achava que estava somente brincando.
Hoje ao ver a mesma casa é estranho,
Me enterneço e dou risada sozinha,
Pois tendo a noção de seu real tamanho,
Penso: “Como eu era pequenininha!”